QUANDO SE VÊ
Quando se vê,
já estamos longe...
E de longe não vemos a vida passar,
E como o vento, passa o tempo
Sem de longe ver a vida passar!
Quando se vê, já são seis horas...
Quando se vê, é meia-noite...
Foi-se o dia
Findou-se a noite!
E eu na madrugada
garimpando palavra por palavra
E ela, desenfreada,
vem na minha almofada!
Na minha mente
ela vem como lapada
E no coração, lentamente,
como uma pancada!
Terminamos o dia
e não colhemos nada!
Não teve alegria
e nenhuma palhaçada!
E o sol que era poente
já vem anunciar:
O novo dia nascente,
que rapidamente,
vem começar!
E eu a me perguntar:
— Passou-se um ano,
mas já é outro dia!
e eu, nesta agonia,
vesti o pano
do puro engano
fingi alegria,
sem, de fato, aproveitar o dia!
E de repente são 8 da manhã!
Chegou o almoço
e findou-se a manhã louçã
Neste alvoroço
Que vem colorir do rosto, as maçãs!
Mas que desgosto
vida louçã!
Carpe diem
Teus lábios carmim
do qual recebo teu beijos
que colorem o meu jardim!
Carpe diem
Finda-se o dia
só quero alegria
e um breve e lindo fim!
Carpe diem
breve é a vida
só estamos de partida
neste mundo tão ruim!