O FIM DOS TEMPOS ANUNCIADO

Vi uma mulher chorando, Vi um homem chorando,

Torrencialmente; seu pranto revelava uma grande dor,

Mas uma dor muda; Havia perdido: o filho, a filha... Aquilo

Era Amor a flor que Desabrocha sem o querer das estações.

Bradei-lhes: “Seus filhos não são seus filhos! São filhos e filhas

Da vida, desejosos de si mesmos. Eles vêm através de vocês

Estão com vocês, mas não lhes pertencem. Vocês podem

Dar-lhes o peito, amor, mas não seus pensamentos.

Não esqueçam: a vida não anda para trás nem espera pelo passado!

Vocês são o arco de onde seus filhos são lançados como flechas vivas”.

Parecia não compreenderem-me, ainda assim continuei:

“Saibam que encontrastes uma verdade... Se vos a revelo porque

Já está meio adormecida na aurora do meu entendimento!

Vi que, posso vos falar de minha compreensão do mundo,

Mas não vos poderei dar minha compreensão Porque a

Visão do homem não empresta suas asas a outro homem”.

Ao dizer-lhes essas coisas Olhei para frente, para trás, para

Os lados e lancei ao vento esta indagação:

“Onde estão o Filho e a Filha do Homem”? Apenas ouvi gemidos,

Lamurias e blasfêmias; tão estridente quando ensurdecedor...

Percebi que A beleza da vida nos encanta quando nos mostra

A sua melhor face. Convêm embriagar-nos com o aroma

Das flores Do jardim de nossa solidão...

Como Águia solitária vi pairar no ar sobrevoando

A Terra em voo rasante um anjo tocando trombeta

Anunciando o fim dos tempos. “Eis um pesadelo pensei,

Que não é senão a tragédia humana já anunciada”.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 06/11/2019
Reeditado em 26/05/2023
Código do texto: T6788205
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