CANTO SONHADOR

CANTO SONHADOR

Não cantarei

o sonho da ave,

para que ela

não desperte

do sono

e queira voar,

antes do alvorecer

do dia.

Não cantarei

o sonho

da menina de rua,

que dorme

no relento junto

com seus pais;

e sonha

com a linda boneca

que deseja,

sem ainda a ter

quando despertar.

Nem mesmo

tentarei sonhar

comigo, porque,

enquanto

meu corpo dorme,

minha alma,

desdobrada,

ocupa-se

em levar auxílio

e consolo aos irmãos

que precisam,

em alguma

região umbralina.

Deixarei

para depois,

o meu canto sonhador.

Decerto

cante noutra noite,

em que o sol,

clareando

a lua cheia,

faça com que a noite,

pareça ser o dia.

Então,

movido pela

inspiração

da noite clara,

e antes que nasça

o novo dia,

cantarei os prazeres

oníricos das almas:

da ave voando,

da menina

brincando com sua linda

boneca, e de minha

alma, auxiliando

e consolando

ao irmão que precisa.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 27/07/2020
Reeditado em 29/11/2020
Código do texto: T7018078
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