Introspecção
Minha poesia, talvez não faça de mim um poeta
Meus versos de sangue, talvez causem repulsa
Mas dou a oportunidade, a porta está aberta
Para os que entenderem o quanto meu coração pulsa
Meu coração pulsa na crueza do que sinto
Na verdade, nas linhas e na esperança que perdi
Talvez ser poeta seja demais e por isso não omito
Nas entrelinhas do que escrevi, tudo que sofri
E nunca fui perfeito, sempre errei, serei imperfeição
No pouco que criei, a loucura era a mais plena razão
Sobre o ofício de ser poeta, pouco entende meu coração
Talvez a posteridade não desvende minha equação
Não queria deixar rastros, me escondi na escuridão
Alguns encontraram em mim apenas desilusão
Se ser poeta é saber rimar, não trago concatenação
Trago apenas sentimentos incertos ao coração
Se porventura a poesia desejar me conquistar
Fique ela satisfeita, pois com poemas quero me afogar
Pois a cada poesia que leio, não deixo de me emocionar
Em relação ao que escrevo, desejo a alguns confortar
E essa tal coisa de poeta, tem todo o meu respeito
Não abraço esse título, pois isso não iria me confortar
De alguma forma tudo que escrevo, de algum jeito
Fala não só de mim, não só da morte e nem só de amar
O que escrevo vem do calor das emoções que me afogam
Não que isso me faça algum mal, ou me diminua
As linhas da minha loucura, minha vida e morte prorrogam
Quero apenas viver minha vida e que cada um viva a sua
Ouvindo The Night We Met de Lord Huron