Introspecção

Minha poesia, talvez não faça de mim um poeta

Meus versos de sangue, talvez causem repulsa

Mas dou a oportunidade, a porta está aberta

Para os que entenderem o quanto meu coração pulsa

Meu coração pulsa na crueza do que sinto

Na verdade, nas linhas e na esperança que perdi

Talvez ser poeta seja demais e por isso não omito

Nas entrelinhas do que escrevi, tudo que sofri

E nunca fui perfeito, sempre errei, serei imperfeição

No pouco que criei, a loucura era a mais plena razão

Sobre o ofício de ser poeta, pouco entende meu coração

Talvez a posteridade não desvende minha equação

Não queria deixar rastros, me escondi na escuridão

Alguns encontraram em mim apenas desilusão

Se ser poeta é saber rimar, não trago concatenação

Trago apenas sentimentos incertos ao coração

Se porventura a poesia desejar me conquistar

Fique ela satisfeita, pois com poemas quero me afogar

Pois a cada poesia que leio, não deixo de me emocionar

Em relação ao que escrevo, desejo a alguns confortar

E essa tal coisa de poeta, tem todo o meu respeito

Não abraço esse título, pois isso não iria me confortar

De alguma forma tudo que escrevo, de algum jeito

Fala não só de mim, não só da morte e nem só de amar

O que escrevo vem do calor das emoções que me afogam

Não que isso me faça algum mal, ou me diminua

As linhas da minha loucura, minha vida e morte prorrogam

Quero apenas viver minha vida e que cada um viva a sua

Ouvindo The Night We Met de Lord Huron

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 03/01/2021
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