AUTOCONHECIMENTO

AUTOCONHECIMENTO

Julieta de Souza

Quem eu realmente sou?

De onde eu vim?

Para onde eu vou?

Sou alguém que tem

uma mente lotada de pensamentos.

Sou alguém que tem

um coração repleto de sentimentos.

Na minha recordação

moram muitos afetos

pelos quais sinto gratidão:

meus avós, pais, amigos e irmão.

Um pedacinho de mim

é cada colaboração que recebi.

Outro pedacinho,

cada colaboração que ofereci.

Dos seres que colaboram para o meu existir,

Tenho, cá dentro,

heranças que me ofertaram,

exemplos que me guiaram,

crenças que me inculcaram.

Dentro da minha mente desfilam pensamentos

que eu nem quero ter,

pensamentos de medo que me fazem sofrer.

Preconceitos que eu ainda nem os reconheço.

Quem eu realmente sou?

De onde eu vim?

Para onde eu vou?

Da família e de todos que convivem comigo

o que estou decidindo herdar?

Quais pensamentos quero acolher?

Quais valores vou escolher?

Quais exemplos quero seguir?

Quais posturas quero assumir?

Quais modelos quero superar?

O que eu posso escolher para herdar?

Eu sou também alguém que às vezes fala... fala...

Fala sem parar!

Mesmo sabendo que isso não é elegante,

tem horas que eu não consigo me segurar

e falo sem pensar, já sabendo que vou errar.

Dentro do meu coração

tem um espaço escuro

ocupado pela solidão.

Mas a parte colorida que tem dentro de mim

luta para a parte escura não ser assim.

Afinal de contas então:

quem eu sou?

De onde eu vim?

Para onde eu vou?

Ainda bem que eu sou formada também,

por bons sentimentos

que me fortalecem

diante dos pensamentos negativos.

Ainda bem que eu sou formada também

de sensibilidade

e de muitas possibilidades

para fazer diferente daqui para frente.

Eu sou alguém que pode trocar

pensamentos de medo pelos de valentia,

crenças limitantes por sabedoria.

Isso me faz acreditar em mim mesma.

Não desistir apesar dos meus erros.

Sou um ser que pode viver

feito uma espiral a subir.

Sou um ser que pode ir

para o futuro que neste momento

já estou a construir.

O que hoje eu planto,

amanhã sei que posso colher.

O que hoje eu não plantar,

amanhã, sei que não poderei alcançar.

Eu vivo a me perguntar:

Quem eu sou?

Eu vivo a observar

a natureza tão bela,

o livro escrito por Deus,

com infinitas lições para me inspirar,

para me mostrar,

qual a melhor forma de me posicionar

diante da seca

e das inundações da vida,

qual a melhor forma de experimentar

a bonança após cada tempestade.

O livro de Deus

está a me mostrar

que a inércia é morte.

Ai de mim se eu parar de respirar.

Ai de mim se eu parar de me movimentar.

Por isso, quero ser então

como o sol a brilhar.

Como a Terra a girar.

Como a semente a brotar.

Como a flor a se abrir.

Como o dia a ressurgir.

Como o vento a fluir.

Estou descobrindo que eu

sou como a água que busca o mar.

Minha essência eu quero encontrar.

Quero de fato saber:

Quem eu realmente sou?

De onde eu vim?

Para onde eu vou?