Pormenores
À Rosilene Pires, com amor e agradecimento.
Revejo a cena:
Olhar buscando a solidão do outro.
Senti um frio percorrer a espinha,
Instante de silêncio, mágoa e sonho,
Ligando a vida, travestindo a morte.
Éramos somente dois, duas carnes, dois olhares,
Navegando no impreciso mar do sentimento,
Enevoando o que restava de sanidade.
Pormenorizei a existência.
Instalei dentro de mim uma felicidade vil,
Rudimentar sentimento - mescla de culpa e desejo –
Esculpida em pedra bruta,
Sonhando viver o que a poesia, até então, mentia.