Quando nossos pais chegam à idade de nossos avós

É quando nossos pais chegam à idade de nossos avós,

Que nos damos conta de que se aproxima a hora da partida

E que os anos passados ficaram em seus rastros distantes.

O que fizemos do tempo, senhor de tudo,

Quando ele era nosso presente?

Deixamos o futuro chegar, sem dar valor ao agora

Sem nos importarmos com a soma dos presentes

Que fomos subtraindo: o resultado do futuro.

Onde encontrar o que está por vir

Sem menosprezar o presente, tão efêmero?

Como resgatar o que não pode ser resgatado?

Garganta seca, mãos suadas; onde o perdão?

Perdão para os atos sem misericórdia?

Nossos pais, com idade de nossos avós!

Nós, com idade de nossos pais!

Tempo frágil, tempo sucumbido;

Tempo desperdiçado com valores passageiros.

Sol nascente vem iluminando tudo,

E não podemos parar o seu nascer,

Mesmo que rache a terra ao meio dia,

Pois ele se abranda com o passar das horas

E nos dá, a cada dia, um novo crepúsculo.

JorgeBraga
Enviado por JorgeBraga em 31/12/2010
Reeditado em 23/01/2011
Código do texto: T2701592