MAR DE SOLIDÃO

Quem adentra meus olhos pode ver minh´alma;

ler a palma do mundo que trago nas mãos;

vai além dos meus tons, a textura, o letreiro,

porque sou transparência e me deixo explorar...

Eis que chego sem carta; sem trunfo; sem "AS";

trago a paz de não ser um guerreiro em vigília;

tenho cá meus tesouros e também o mapa

cujas linhas são simples; quase sempre retas...

Se me quer, venha e colha; sou flor que se cheire;

tome todo meu vinho; já venho sem rolha;

depois caia no alqueire do meu chão carente...

Quero mesmo é dizer que me assumo alvo fácil,

que meu mar "tá pra peixe" se você se arrisca

a lançar sua isca em minha solidão...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 15/04/2013
Código do texto: T4241745
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