O POEMA DO BÊBADO

Ele caminha pela rua larga

com seus passos bambos e incertos,

como quem demarca um terreno irregular,

dizendo:

- aqui tá raso, aqui tá fundo, aqui tá raso, aqui tá fundo...

E o bêbado então cambaleia e cai.

Mas ele se defende: empurra não, fi de uma égua!

Se esforça, senta, começa a cantar uma canção

desconexa entre pausas e soluços,

e lágrimas brotam dos seus olhos foscos.

Eu observo o bêbado e logo uma dúvida

me salta à cabeça:

- Será que ele bebe para esquecer de alguma tristeza

ou será que é para lembrar de alguma alegria?

( Lavinsk Vetter - 2014 )

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 15/08/2014
Código do texto: T4924144
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