Repudiando a Solidão

Oh, solidão,

Quando te chamei

Para em mim te hospedares?

Já passaste mais um dia,

Quase um mês

Eu deixei a porta aberta

Para tu entrares?

Vai para longe de mim

Eu achei companhia

Agora sou eu e a poesia

Acampadas debaixo do luar

Não precisamos de ti para sonhar

Deixa que o som do vento

Traga mais vozes

Para cantar

Não te preocupes quantas doses

De poemas tenho que tomar

Não me importunes dizendo o que sou

Tu não sabes de mim

Tu não me trouxeste o amor

Mas a poesia sim

Não queiras causar-me dor

Pois eu muito já sofri

Sai por qualquer porta

E te digo hoje adeus

Para ti não importa

Se levas alguns desejos meus

Não voltes que não te quero mais

E não olhes para trás

Vai, segue teu rumo

Tuas despesas eu assumo

Somente eu e o poema

Mas estou bem

Tu eras meu problema

De ti não precisarei

Contigo me lembrava de quem antes amei

Se solitária andei

Na poesia, eu me encontrei

Se ela me abandonar

Não te esperarei

Deixa-me, eu me desdobrarei

Farei de minha alma a sombra

Em que descansarei

Uma coisa eu sei

De ti, saudades não sentirei

Rosilda Pessoa
Enviado por Rosilda Pessoa em 22/03/2016
Reeditado em 22/03/2016
Código do texto: T5581224
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