Repudiando a Solidão
Oh, solidão,
Quando te chamei
Para em mim te hospedares?
Já passaste mais um dia,
Quase um mês
Eu deixei a porta aberta
Para tu entrares?
Vai para longe de mim
Eu achei companhia
Agora sou eu e a poesia
Acampadas debaixo do luar
Não precisamos de ti para sonhar
Deixa que o som do vento
Traga mais vozes
Para cantar
Não te preocupes quantas doses
De poemas tenho que tomar
Não me importunes dizendo o que sou
Tu não sabes de mim
Tu não me trouxeste o amor
Mas a poesia sim
Não queiras causar-me dor
Pois eu muito já sofri
Sai por qualquer porta
E te digo hoje adeus
Para ti não importa
Se levas alguns desejos meus
Não voltes que não te quero mais
E não olhes para trás
Vai, segue teu rumo
Tuas despesas eu assumo
Somente eu e o poema
Mas estou bem
Tu eras meu problema
De ti não precisarei
Contigo me lembrava de quem antes amei
Se solitária andei
Na poesia, eu me encontrei
Se ela me abandonar
Não te esperarei
Deixa-me, eu me desdobrarei
Farei de minha alma a sombra
Em que descansarei
Uma coisa eu sei
De ti, saudades não sentirei