Minha solidão

Oh solidão de prazeres inefáveis

Tu és a leitura das folhas ao vento

Que toca a nefasta dos olhos intocáveis

Presos na escuridão que invade o momento.

Tu és um dos sentimentos desprezados

Mas eu te entendo como tu entendes a mim

Quando ecoa no grito de um vento cansado

Fadado de soprar a trsteza do fim.

Eu sei que tu correu pelas minhas veias

Quando a aranha teceu a perfeita teia

A tua teia de uma seda delicada

Apegada aos sonhos de uma alma calada.

Tu és a sombra cuidadosa da luz

Da inspiração do poeta que o conduz

Pelos braços de uma madrugada susceptível

Maestra de uma sinfonia inatingível.

O cantar da coruja no silêncio mergulha

Tu és a solidão e reinas em soberania.

Tu és a espera da inspiração na fagulha

Do vento que sopra numa alma em poesia.