Tempestade de solidão

A chuva cai em lágrimas secas

As tropas do vento chegaram enfim

Em gotas salgadas do nada

É a ausência que chora assim.

As pedras que tropeçam nas nuvens

Voam com as asas da saudade

Em rios de amargo pranto.

Dos gritos do vento, um canto.

Um manto, suave da cor do mar

Em soluços dos erros esquecidos

As águas que trovejam no ar

Gotejam nas feridas enfurecidas.

As nuvens escrevem na escuridão

O medo das estrelas escondidas

Inexistentes relâmpagos a recriar

As águas ausentes da solidão.