Sobre ruínas e amparos

Uma lágrima que sorri

Convida

O olhar que se esconde

Afasta

Com a esperança de um tempo mais feliz,

A alma quer gritar.

Um dia houve força e paz

A arrogância veio.

Separações.

Onde não havia ninguém, um lar

Se de verdade, já não interessava

Como uma nuvem que se vê

Mas protegido em seu vazio,

Ninguém o encosta

Tem gente aí?

Aflitiva cilada.

Na dureza do roteiro firmado pelo coração

Seguia.

De verdade,

Sozinho.

De verdade,

Não fazia nada.

Tantos os erros foram...

Com o passo apressado

Tendo a falta como sentimento único

Se iludia,

No ponto mais baixo,

Gélido,

Uma voz.

Alguém te olha?

Enxergar é difícil

Ergueu a cabeça

Visão obstruída

Preocupações tantas.

Um rosto que sorri

Induz

O olhar que se desvia

Confirma

Na ânsia de querer saber se ainda podia

A despeito dos resultados

E no lampejo da ousadia

Desejando,

Se mostrava livre.

Emoção aprisionada,

Prazer inibido,

Indiferença loquaz,

Esperança.

Pra uns é mais difícil sentir

E viver sem conviver

Coexistir sem precisar

Numa renúncia ao belo,

E com abstenção à vida

Sufocado,

Seguia.

"Depois de algum tempo você aprende a diferença,

A sutil diferença entre dar uma mão e acorrentar uma alma,

E você aprende que amar não é apoiar-se

E que companhia nem sempre significa segurança,

E começa aprender que beijos não são contratos,

E presentes não são promessas. "

Verônica Shoffstall

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