Despedida

Despeço-me agora, e fujo prá noite, no meio do nada,
Choro magoada, qual louca em prantos,
E meu acalanto seria seus braços...
Mas como pedí-los, se acabo de perdê-los,
E como encarar o povo lá fora, se a lágrima que rola,
Brotou da demora de ver-te chegando?
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Despeço-me agora, e corro perdida
Tentando curar a imensa ferida
Por não ter teus braços como guarida
Rio como tola, um amor não correspondido
E segue a esperança de te ter aqui comigo!
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Mas a despedida começa aqui dentro
Matando em meu peito, a dor que outrora
...chamava-se amor, e vendo a aurora
Despontar desse jeito... o meu peito refeito
Transborda em esperança, de ser a partida
Caminho e saída, pra essa lembrança
...em forma de dor.
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(Balneário Camboriú/SC -15 de fevereiro de 2007)
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