Clausura
Depois de dedicar-me tanto
A quem não me procura
Decidi ficar no meu canto
E tentar a paz da clausura
Fechei todas as janelas
Tateei sobre a rachadura
Acendi algumas velas
Busquei a luz para minha cura
Pegou-me lentamente a escuridão
Não fui forte o suficiente e cai no choro
A fé tocou-me como um clarão
Bebi da oração como se toma um soro
Uma voz sussurrando:" Vai passar.
Segura na mão da deusa que está em ti
Não podes, em nenhum momento, vacilar
Não há motivos para desistir"
Minha insignificância de novo gritou
O meu orgulho não cabia em mim
Maldito é o amor que me escravizou
E maldita sou eu que não resisti
Entrego-me à auto-flagelação
Mendigando o ar puro do amor divino
Minha face beija agora o chão
Mergulho em rio calmo e cristalino
Minha crença não é tão grande como pensava
A alma sofre por demais angustiada
Pela tua presença eu suplicava
Nas lembranças de um amor fui enterrada
Se minha sina é lutar contra a loucura
Vou até o fim para que ela não me vença
Minha oblação é esta clausura
A redenção será a minha recompensa