A solidão nos une

“Se as portas da percepção fossem livres, tudo se mostraria ao Homem como realmente é, infinito...”. - O Casamento do Céu e do Inferno - William Blake

A solidão nos une

Todo fim é o prenúncio de um novo começo

E no fim de tudo o amor sobreviverá

Esse sentimento é o maior que eu conheço

E só ele restará...

Não haverá mais luz

E as verdades serão inúteis

As percepções antes nubladas

Se despirão das coisas fúteis

Esvaziarei o coração das quinquilharias

Deixando de lado as migalhas e juras

Libertarei minha loucura

Ficando distante de toda hipocrisia

E se no final de um nublado dia

Você me estender a mão

Direi que aprendi a caminhar sozinho

Aparentemente nada sobreviveu

O dia fundiu-se na noite

A noite apagou-se com o dia

Mas as lembranças

Aquelas que ainda eram fortes

Mergulhadas em uma dinâmica

De vida abraçando a morte

Explodirão em gritos de liberdade

Estenda a mão para a solidão

É ela que fortemente nos une

O amor não é um insano carrasco

Um amor inocente não se pune

Agora olho para você sem amarras

Encontrei o meu coração perdido

Um pouco mais fragmentado

E agora por outro amor rejuvenescido

Não há culpa em nossos olhos

Nunca ninguém será culpado

É difícil não sairmos machucados

Quando nos perdemos pelo caminho

Se a solidão nos une

Não seremos punidos pelo amor

Nem toda flor vive somente de perfume

Sobrevivendo aos espinhos

Aprendemos o nosso próprio valor

Estaremos sim separados

Cada vez mais distantes

Se o nosso amor um dia for lembrado

Que seja como uma luz radiante

Ouvindo Alleine Zu Zweit – Lacrimosa, uma banda alemã

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 03/04/2019
Reeditado em 03/04/2019
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