Silêncio
De frente para o oceano
É noite dentro de mim
Tudo é silêncio, tudo é calma
E a alma, vaga tranquilamente
Enquanto as ondas quebram
Espumando toda orla da praia
A solidão tem braços
Que nos transportam ao infinito
O silêncio é o abraço
No compasso da noite
Reflito diminuto e assim escuto
O coração desacelerando
O silêncio dominando
A mente apaga na introspecção
Ao redor a maré me alcança
Devolvendo a realidade do momento
Nada de lamentos ou de agonia
É noite dentro de mim
Sim, mas não é o fim
É apenas o começo do círculo
Silenciosamente observo
Enquanto o espírito do oceano me abraça
Pareço sem graça, refletindo
Por dentro um vazio
Mas não é tristeza, não é
Nem é fé, nem esperança
É a velha criança ressurgindo
Despreocupada com as ondas
Ingênua diante da tormenta que se forma
De alguma forma tranquila
E embriagada pela imensidão
Quem sabe não seja silêncio
Nem talvez resignação
Seja apenas serenidade
E de verdade, não sei...
Estou diante do oceano
Imenso e repleto de vida
Dentro de mim silêncio
Tragado pela imensidão
E meu coração louco
Aos poucos revive
Quase livre, mas ainda diminuto
Dentro de tanta solidão...
Ouvindo Spirit Of The Sea - Blackmore's Night