Meu Castelo
No avesso do meu peito,
Escondo sensações inusitadas
Que correm pelas veias
Ora excitantes ora excitadas
No recôndito da alma,
É lá o meu castelo escondido
Sou fidalgo dos meus sonhos,
Príncipe em esconderijo
Construído sob espreita,
Subjugando as convenções
Atos, fatos e sentimentos
Um castelo de emoções
Mas o reinado não havia,
Não sabia para quem reinar,
Pois a solidão se fazia
Presente, firme, sem pestanejar
Era preciso ser castelo forte,
Fazer valer a minha fidalguia
Os sobressaltos, pensamentos
Comandá-los com soberania
Assim: monarca e soberano
Até poderia convencer
Ludibriar a liberdade
E meus próprios medos vencer
Nesse ínterim de sonho e fantasia,
Continuo a censura autoritária,
Autorizando o coração
Às emoções involuntárias
Assim vou vivendo,
Aprendendo a (re)descobrir,
Replanejando os passos
Para novos castelos construir.