A ESFINGE E O CAOS
Sou a esfinge presa no horizonte!
Quem de vós ireis revelar meus segredos?
Quem de vós, de mim, tendes medo?
De indecifráveis perguntas sou eu a fonte!
Sou constante em um mundo
Cercado de espadas e guerras
Onde o homem destrói sua terra
Caindo num abismo profundo
Onde a morte o aguarda no fundo!
Sou a estrela que perdeu os céus
E que num golpe violento
Foi arremessada ao mar de tormentos
Mergulhando na mais sombria dor cruel.
Afoguei-me nas malditas trevas
Onde o mal devorou-me o coração
Destruindo sonhos, amores e paixão,
Ferindo-me na doce e linda primavera.
O meu direito, a mim negaram.
Hei de sofrer muito neste inferno
De solidão e de silêncio eterno,
Nesta prisão que me aprisionaram.
Em tristes sombras
Morre a formosura,
Nascendo a amargura
E surgindo o mal que me assombra!
Não do Egito, sou o Faraó!
Mas da minha vida plena.
Agora, minha alma se desenvenena
E não mais estou só!
Eis que a luz, em trevas se levanta.
As obscuras forças do além
Ressurgem para destruir as forças do bem
E até ousam a atacar a Lua Santa!
O coração deserto e corrompido
Fora destruído pela iniquidade tenebrosa.
E no Rio da Tortura, minha alma se afoga
Embora ainda permaneça o guerreiro destemido!
Meu destino cerca-se de paz e guerras.
A paz é instantânea e rara.
As guerras são momentâneas e se tornara
A cada nascer do Sol, muito mais complexas.
Sonhos que se perderam no seio do horizonte.
Solidão que se tornou chuva tempestuosa.
Paixões que se tornaram horrorosas.
Amores que se transformam, do abismo, em fontes.
Libertam-se forças desconhecidas
Que, secretamente, fazem-me sobreviver!
Inexplicavelmente, Por quê não perecer
Se a morte é o último ciclo da vida?
Quem sou eu? Não sei!
Sou uma ALMA perdida no Mundo!
(15/08/08)
Maurício Fares de Oliveira