A pantera e a girafa

Se coincidirem os futuros do fim das solidões
e solilóquios num tempo de bonança e trança
de pernas ternas em eternas juras de amor
tudo ainda assim estará errado minha razão
de viver desde que o momento teria de ser
agora entre os muros e além montes que não
conseguimos enxergar com os cílios amarrados
entre cabos de navio e de eletricidade em água
de escorrer o pranto dessa tristeza inadiável
também por não estarmos conseguindo a alegria.
Rio entretanto para transbordar a mágoa e ir
além da margem estreita incontinente em ser
o opacidade lúcida ao menos como foi ensinado
pela poeta suave como uma pantera em cerco
de primavera, cerco de suaves perfumes, cheiro
bom desde um pescoço que se alongue girafa.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 08/08/2018
Código do texto: T6412703
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