O capitão do mato
O capitão do mato está furioso porque
quando se dá poder a quem
não o merece no fim
tudo é escândalo, baixaria e terror.
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O capitão do mato é o paradoxo
do mal dentro do mal; é o filho
com má formação, é a escória
que xinga de escória o movimento
negro, é o traidor de Mama África,
é o cancro degenerado e torpe.
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O capitão do mato só surge de cem
em cem anos ou mais! Desde o fim
da escravidão que ainda escraviza;
é o sangue apodrecido desde dentro
do ventre que nunca se manifesta
contra o racismo! O capitão do mato
quer matar a história, como se isso
pudesse trazer a vitória do seu ódio.
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Mas a partir de agora o breu da noite
rejeitará o bastardo que não terá
da noite o acalanto materno nem o leite
negro da noite bem dormida e digna.
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O capitão do mato é o mais ignóbil
ser da face da terra, é o não ser do não
ser ao cubo da ira exponencial maligna;
mas nem que seja daqui a mais cem
anos; o capitão não mais nascerá.