Afetos...
Não me dou ao desfrute
De mendigar sentimentos
Pois a todo momento
A Carência esbofeteia nossa cara
E as vezes na marra
Deixamos de sentir
Não para se ressentir
Mas apenas para sobreviver
E sobreviver é uma falácia
Ou se vive, ou não se existe
E por mais que eu sinta amor
Não me curvo a mendiga-lo
O amor inspira, é fato
Mas quem pode entendê-lo?
Uns veem amor na guerra
E para outros, o amor tudo encerra
A quem ame a violência
E quem com violência ame
Portanto, dizer que amor é amor
É o mesmo que dizer nada
Assim afirmo, embora seja pessoal
Que o amor só é controverso
Porque não sabemos amar
Para muitos, tudo que escrevo é nada
Para alguns, tiro do nada tudo que escrevo
Mas a intenção não é confundir
É afirmar que afeto não deve ser pedido
Deve ser oferecido com sinceridade
É mais justo comigo aquele que me odeia
Pois muitos que amam, falseiam...
Já o inimigo é mais sincero
Nada me dá, mas muito me acrescenta
Já alguns que me amam, desnorteiam
Jamais!
Ponto final e tudo mais
Não buscarei afeto
Darei afeto
Inocente como um feto
Ou até ingênuo
Mas dar afeto é sublime
Com o altruísmo necessário
Com certeza, afeto receberá
E ao receber desejará com outros compartilhar
Já o Amor, depende muitas vezes da cultura
E a essa altura, nos vemos pouco instruídos
Endurecidos quem sabe pela desilusão
E sem nenhuma metafísica
Digo que o amor nem sempre é o que parece
Mas sempre será o que jamais esperamos