Afetos...

Não me dou ao desfrute

De mendigar sentimentos

Pois a todo momento

A Carência esbofeteia nossa cara

E as vezes na marra

Deixamos de sentir

Não para se ressentir

Mas apenas para sobreviver

E sobreviver é uma falácia

Ou se vive, ou não se existe

E por mais que eu sinta amor

Não me curvo a mendiga-lo

O amor inspira, é fato

Mas quem pode entendê-lo?

Uns veem amor na guerra

E para outros, o amor tudo encerra

A quem ame a violência

E quem com violência ame

Portanto, dizer que amor é amor

É o mesmo que dizer nada

Assim afirmo, embora seja pessoal

Que o amor só é controverso

Porque não sabemos amar

Para muitos, tudo que escrevo é nada

Para alguns, tiro do nada tudo que escrevo

Mas a intenção não é confundir

É afirmar que afeto não deve ser pedido

Deve ser oferecido com sinceridade

É mais justo comigo aquele que me odeia

Pois muitos que amam, falseiam...

Já o inimigo é mais sincero

Nada me dá, mas muito me acrescenta

Já alguns que me amam, desnorteiam

Jamais!

Ponto final e tudo mais

Não buscarei afeto

Darei afeto

Inocente como um feto

Ou até ingênuo

Mas dar afeto é sublime

Com o altruísmo necessário

Com certeza, afeto receberá

E ao receber desejará com outros compartilhar

Já o Amor, depende muitas vezes da cultura

E a essa altura, nos vemos pouco instruídos

Endurecidos quem sabe pela desilusão

E sem nenhuma metafísica

Digo que o amor nem sempre é o que parece

Mas sempre será o que jamais esperamos

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 14/03/2021
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