Netuno

A embicagem do navio na enseada

espera a atracação pelo costado,

o cais é pedra, não é gelo ou barro,

fainas dos marinheiros, reverência

à terra do retorno ou a da chegada

e então suave jogo da protegida

nave por suas defensas e amarras.

-

Marujada descendo pela ponte

após baldeação limpar o salitre

até o navio brilhar no cais do porto.

O cais não é o colo da mulher amada,

é o destino de quem vai ou chega;

inigualável limite tênue ou duro

-

para quem dividido segue a viagem

sobre pulsos marítimos de surpresas

desde a camaradagem ao distante

mar, estrangeiro porto ou de casa,

onde a solidão se naufraga e afoga

nos braços das Marias de cada porto

para quem não guarda presente

a mulher amada nas distâncias,

enquanto quem ama enfrenta o mar

tranquilo como o tritão de Netuno.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 14/02/2022
Código do texto: T7452005
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