As certezas

Dançamos, quando a dança é o se perder

na ebriedade das crenças e descrenças, sim,

não estão em nós as soluções para o país ser,

mas mesmo assim quero estar fora de mim.

Dedos indicadores são como os revólveres,

mas não possuem boca, são fogo de palha,

nomeio a segurança, entrego-a ao canalha,

quero estar em mim, como todos os seres.

-

Na luta acredito estar a maior solução,

cada função exige ajustar bem a máscara,

mas com tanta mentira a língua faz escara,

talvez dessa ferida surja alguma canção.

Não ter esse poder delegado ao líder

siderado, diminui-me toda a inferioridade,

sinto-me cheio de mim nas ruas da cidade,

sei quem é o homem que faz acontecer.

-

Suporto os escândalos que o põe em cerco,

sua misoginia e a misoginia dos asseclas,

não adianta insistir bater nas mesmas teclas,

farei o que for preciso, sem isso me perco.

Desejarei a morte do que for contrário,

a cada intempérie enaltecerei meu ego,

não ouvirei quem me disser: estás cego,

a inocência é mesmo coisa para otário.

-

Se eu não sujar as mãos nada acontece,

empresto minhas mãos a quem me represente,

silêncio é importante, quem cala consente,

em nome da incúria erguerei minha prece.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 24/03/2022
Código do texto: T7479679
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