As certezas
Dançamos, quando a dança é o se perder
na ebriedade das crenças e descrenças, sim,
não estão em nós as soluções para o país ser,
mas mesmo assim quero estar fora de mim.
Dedos indicadores são como os revólveres,
mas não possuem boca, são fogo de palha,
nomeio a segurança, entrego-a ao canalha,
quero estar em mim, como todos os seres.
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Na luta acredito estar a maior solução,
cada função exige ajustar bem a máscara,
mas com tanta mentira a língua faz escara,
talvez dessa ferida surja alguma canção.
Não ter esse poder delegado ao líder
siderado, diminui-me toda a inferioridade,
sinto-me cheio de mim nas ruas da cidade,
sei quem é o homem que faz acontecer.
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Suporto os escândalos que o põe em cerco,
sua misoginia e a misoginia dos asseclas,
não adianta insistir bater nas mesmas teclas,
farei o que for preciso, sem isso me perco.
Desejarei a morte do que for contrário,
a cada intempérie enaltecerei meu ego,
não ouvirei quem me disser: estás cego,
a inocência é mesmo coisa para otário.
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Se eu não sujar as mãos nada acontece,
empresto minhas mãos a quem me represente,
silêncio é importante, quem cala consente,
em nome da incúria erguerei minha prece.