FELICIDADE

O branco diáfano da camisola

exila dos olhos a tristeza,

tudo é manhã sutil e clara,

o que se move é o sereno.

Há um jardim na imaginação

maior que o paraíso perdido!

O que há atrás da árvore se vê

porque existe a circunferência.

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Sob o teto solar do céu aberto

a vida vibra como diapasão,

parando o metrônomo do tempo

sem que a eternidade interrompa

os sentidos na dança executada

em respeito a quem a escuta.

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Onde não há você não existo,

sua ternura o amor não enlouquece,

fornece ao desamparo o céu

da boca, mais doce que a abóbada

celeste cheia de estrelas frias.

-

Quem sabe o amor tem mãos

macias, capazes de apertar

mais do que o abraço,

desfaz assim a delicadeza

do amor mítico ou romântico

incapaz de devolver à natureza

a amada com sua beleza inteira.

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Se não houvesse a tempestade

a paixão perderia o sentido

e não procuraria o recolhimento

no lar do amor de janelas fechadas,

onde se põe cadeado no peito

para que seja guardado o tesouro

nunca encontrado por aventureiros.

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Quando o coração não é mais ilha

o mar aberto encontra o céu aberto.