A poesia e a imprescindibilidade da vida
É imprescindível cuidar das flores
Atender aos amores
E a poesia vira cores
Nas minhas discretas dores
É imprescindível lavar as louças
Engomar as roupas
Guardar as polpas
E a poesia é voz rouca
Na minha emudecida boca
É imprescindível trabalhar
A existência sustentar
As contas pagar
E a poesia é um simples transpirar
No meu suor a jorrar
Se fosse a poesia
A vida real
E a vida, uma coisa banal
E a rotina fosse uma poesia
E a poesia o meu cabedal
A felicidade estaria à solta
Plantando flores no meu e no seu quintal