Cacos no escuro

Cacos esparramados

Pelo escuro do meu caminho

Piso e fico machucado

Chuto os cacos

Grito enfim...

Não pelo sangue derramado

Ou pela ferida que dói

Grito pela imprudência

Pois os cacos no escuro jogados

Foram jogados por mim

Gosto de andar descalço

Sentir a natureza, enfim

Mas o porre do dia anterior

Deixou bagunça no meu jardim

Comigo fico zangado

Faço um curativo

Um curativo daqueles bem ruins

Não tenho jeito e nem tato

Para cuidar de meu pé e nem de mim

Malditos cacos quebrados

Por uma besta que resolveu beber

Tantos cacos esparramados

Me fizeram perceber

Que as vezes um porre de fato

Só no outro dia vai doer

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 26/07/2020
Reeditado em 20/08/2020
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