Cacos no escuro
Cacos esparramados
Pelo escuro do meu caminho
Piso e fico machucado
Chuto os cacos
Grito enfim...
Não pelo sangue derramado
Ou pela ferida que dói
Grito pela imprudência
Pois os cacos no escuro jogados
Foram jogados por mim
Gosto de andar descalço
Sentir a natureza, enfim
Mas o porre do dia anterior
Deixou bagunça no meu jardim
Comigo fico zangado
Faço um curativo
Um curativo daqueles bem ruins
Não tenho jeito e nem tato
Para cuidar de meu pé e nem de mim
Malditos cacos quebrados
Por uma besta que resolveu beber
Tantos cacos esparramados
Me fizeram perceber
Que as vezes um porre de fato
Só no outro dia vai doer