SEGREDOS DO ALFAIATE
No silêncio do terno branco
faz a vida mais bonita.
Tesoura, partitura, sonata,
recriam cores da mata
em seus malabares de fita.
No desfazer da nudez
em linhas traçadas no pano,
externa camadas de vida,
detalhes de mãos na partida.
Painéis de perdas e danos.
Nessa aquarela burguesa,
de encantos, sonhos, paixão,
costura a saia da noite,
nos olhos da agulha, no açoite,
das cordas do coração.
Não sabem os comandantes,
deste mestre, a agonia.
Na precisão do seu corte
o alfaiate dribla a morte,
em toques de pura magia.