SEGREDOS DO ALFAIATE

No silêncio do terno branco

faz a vida mais bonita.

Tesoura, partitura, sonata,

recriam cores da mata

em seus malabares de fita.

No desfazer da nudez

em linhas traçadas no pano,

externa camadas de vida,

detalhes de mãos na partida.

Painéis de perdas e danos.

Nessa aquarela burguesa,

de encantos, sonhos, paixão,

costura a saia da noite,

nos olhos da agulha, no açoite,

das cordas do coração.

Não sabem os comandantes,

deste mestre, a agonia.

Na precisão do seu corte

o alfaiate dribla a morte,

em toques de pura magia.

Darci Cunha
Enviado por Darci Cunha em 14/10/2008
Código do texto: T1228321
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