PARADOXO

PARADOXO

Nos portais da cidade vazia

Entram as águas, entram os peixes.

A terra outrora sêca, agora é represa.

Pessoas miúdas migram aos feixes!

Entram as águas, entram os peixes

E o sertanejo, de alma ferida,

Deixa a cidade, mortos, e a igreja.

Gente miúda, parte partida!

E o sertanejo, de alma ferida,

Retirante da gleba forçado,

Ponteia a procissão desvalida,

Sem bandeira, sem eira, marcado!

SBC-SP.05/08/2005

(por J.A.Lopes.)

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 20/03/2006
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T125776