Duas rodas pela cidade

Veloz, eu andava na cidade triste,

sua ruas e calçadas,

velhas verdades que nada me dizem.

O frio me acompanhava,

irmão gêmeo da estrada,

o mesmo gelo do peito, pela cidade na madrugada.

Atropelava o meu desespero

como pessoas embriagadas.

Eu era a ponte e os carros.

O meu desejo, o asfalto molhado.

Os mendigos dormindo em trapos

o seu sono mais tranquilo...

A paz que eu invejava

jogada nas sarjetas.

O medo que eu odiava

andando livre com seus farrapos.

A morte pelas esquinas,

homens como meninas...

E as prostitutas sorrindo fácil

o seu sorriso de solidão.

Duas rodas pela cidade,

farol aceso, velocidade.

Na madrugada há escuro por toda parte!

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 07/12/2008
Reeditado em 11/01/2009
Código do texto: T1323521