Fome
Aqueles murchos seios desprovidos;
De por quem há muito alimentou;
Já não podem ter os seus supridos;
Pois a’rrogância humana os minou;
Aquele anjo pequeno, em soluços descontidos;
Tem apenas o amor que à mãe sobrou;
São vitimas de egos desmedidos;
De quem pouco interessado se mostrou;
Saciar a fome do corpo e da alma;
Com alem de vãs promessas e mais nada;
Segue o ciclo amargo infausto de desgraças.
Sem a provisão a mesa foge a calma;
Vão se as lágrimas, as dores, tudo acaba;
E vem firme e forte a fome, não espaça.