Meninos de rua

De onde vieram? não se sabe,

surgiram; apenas isso.

Vagando pelas ruas,

olhos atentos, alma inquieta,

buscam na multidão

sustento das vidas suas.

Dos seios amamentados,

dos braços acarinhados,

não sabem, esqueceram

ou talvez, nunca os tiveram.

São "produtos" espontâneos

de um mundo que os macera.

Jesus!...que destino malfazejo!...

Que pecado tão horrendo

cometeram esses meninos?

Na pureza de suas almas,

procuram se defender,

cometendo desatinos.

U'a menina suja, encardida

estende a mão suplicante:

- Dona, tenho fome, um dinheiro...

Não bastasse a sua sina

de miséria, outra criança

agarrada em seu traseiro.

Um bando de meninos

sai correndo desabalado.

No meio da confusão,

todos gritam de uma só vez;

Alguém tinha deixado

un saco de frutas no chão.

Podres ou sujas... não sabiam,

apenas o instinto falou.

Meninos de rua sofridos,

têm a calçada como leito,

o firmamento é seu teto.

Viventes de almas perdidas

Zilda
Enviado por Zilda em 28/08/2006
Código do texto: T227219