Na tela, o retrato da infância abandonada pintado com as lágrimas da indignação e com as cores da revolta e da dor... Para onde vais com esse olhar perdido na imensidão do infinito desconhecido? São imagens que parecem sufocar nas cores as mágoas contidas e a dores latentes no mais escondido do teu corpo e da tua mente. O’ Menino Caçador, no teu semblante mudo e no teu olhar disperso, há um grito silencioso que te chama, antes da hora, para a faina diária! Há uma voz no silêncio do dia que clama... Que implora pela necessidade diante da carência. Uma voz que se completa com a decisão inadiável de levar a casa, a caça que mitigará a fome... Fome física que maltrata, aniquila e consome! Na tela, o corpo pequenino, cansado e abatido Irrompe em cores diversas! São cores do desprezo do abandono, num pedido de complacência e amor! Mas tu, o’ Menino Caçador, do recôndito do teu ser deixa refletir o descuido, a falta de zelo da sociedade que escraviza a tua infância já consumida pela dor e que mata com desvelada crueldade os teus sonhos e a tua esperança! A caça que leva pelas tuas mãos pequeninas é o alimento que sustentará teu corpo de criança que o sofrimento, prematuramente, fez envelhecer e que o peso da injustiça fez matar a infância!
Mena
Enviado por Mena em 08/11/2010
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