Navios Negreiros Modernos
Navios Negreiros Modernos
Vejo-os através da nevoa fria
Lamentos abafados que ecoam tristes
Juntam se as batidas dos remos na água fria
A quilha corta as águas num balanço triste.
Princesa Nagô, guerreiros de Angola
Jovens tristes para o novo continente
O açoite do chicote, os pés nas argolas
A vida sem futuro e a morte humilhante.
Os chamados navios negreiros modernos
Navegam, agora no mar da democracia
Que expôe a escravidão do mundo moderno.
No limite de cotas, para índios, negros
E miseráveis, sem chicotes e argolas
Mas com racismo e hipocrisia.