O povo brasileiro

O luar brilha em noite de estrelas celestes,

Mas o mar não reflete tão belo o Céu

Quanto as ondas molham o navio do tráfico...

Nele vão negras peles à espera do que fostes,

Pobres deste Brasil, mãe de rosto com véu

Falseado com a luz do Céu nos Trópicos...

Escuridão que persegue os ares, oh Trevas,

Por que tu persegues a tua cor tão intensamente?

Oh luz do Sol, por que a tua cor persegue também os negros?,

O sangue de um povo que seria um só na relva

Derramado pelos Colonos injustamente...

Tão pobres seriam os futuros negros.

Oh, Mar, por que não afunda esse navio da injustiça?

Por que tu, oh mar, não destrói esse povo sofredor?

Será o Céu que causa essa mortalha,

Ou seria o Inferno que surge no passado que o atiça?

Mas por que a Espiritualidade não ajuda esse povo amador

Do sofrimento, da injustiça, da batalha?

A maior Justiça para esse povo é a morte das diferenças

Entre brancos e negros que perdura nas mentes

Desse povo que supera todo o passado,

Mas que permanece sofrendo novas injustiças,

Mas que ama os sofrimentos indecentes,

Qual Cristo que morreu crucificado...

Então, Deus, perdoa esse povo sem levar as diferenças

Em consideração no julgamento dessas pessoas

Que te buscam procurando a redenção

Para os pecados cometidos no passado, na descrença

De que esse povo seria o futuro que ressoa

Neste texto que une os diferentes num só coração.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 24/05/2012
Reeditado em 24/05/2012
Código do texto: T3685592
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