A GUERRA

Tombaram cem mil Portugueses,

Na busca do capital,

Defendendo os Senhores burgueses.

Numa guerra colonial.

Matando os nossos amigos,

Pela causa Imperial,

Da razão dos nossos inimigos,

Que era um autêntico Império,

A classe de Portugal

Pela injustiça e mentira,

Roubando uma sociedade séria,

Um Povo Africano,

Que seguia a sua vida,

Governando governado pelo S. e Caetano.

Sangue, feridos e mortos,

Caíram tantos camaradas,

Na busca pela liberdade,

Pela justiça, p’la verdade,

Pelas suas Pátrias queimadas,

Feitas de suor e de Sonho,

Que foram roubados pelos tipos tortos,

Um País que não era independente,

Que não era autêntico,

Mas que nos fazia frente,

Pela qual eles sonhavam.

Nessa guerra injusta,

De lá vi morrer meu irmão,

Nascendo duma terra justa,

De sangue e de Pão,

Meu irmão escravo.

E que sem ele eu não viveria,

Libertados da Nação

Implantados da democracia.

Meu irmão morreu em combate,

Por uma causa injusta,

Combateu a sangue frio,

Por uma liberdade justa.

Camarada meu morreu lá,

Mandado pelos seus capitães,

E foi lá, que se pereceu

E de lá, dele fizeram-lhe cães.

Sofreu a miséria dum Povo,

Onde nasceu e morreu,

Povo não! ESTADO NOVO!

Meu irmão lá desapareceu.

Dizia-se que na África vivia-se bem,

Só quem é burro acredita,

Porque viver bem, não há ninguém,

Um Povo, que servia.

Terra de fome e de nostalgia,

Viviam lá os meus irmãos,

Que defendiam a democracia,

Sempre e sempre com razão.

Foi lá que a guerra se fez,

Matando o meu irmão,

Gungunhana é verdade,

Mas quem mata somos nós,

Somos nós desta vez,

Que queremos toda a liberdade,

A liberdade que foi cortada.

LUÍS COSTA

25 DE Abril de 1974

TÓLU
Enviado por TÓLU em 25/09/2013
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