Na tela da minha sala

Na tela da minha sala

Transparece todo dia

O rosto de um país doente

Que não tem mais democracia

Violência, roubo, rombo

Morte à mingua, carestia

Na tela da minha sala

Sempre falta o pão

Falta justiça, educação

Na tela da minha sala

Cada dia uma dose, então

Sem perceber, captam-me

Para uma longa enganação

Que começa e termina

Com a morte desta nação

Na tela da minha sala

Nada mais posso fazer

Tudo já está traçado

Para um jogo de poder

Talvez eu vá para Cuba

Pois, o fim não posso ver

Na tela da minha sala

Nenhuma perspectiva

Há sempre uma árvore que tomba

Uma criança com fome

Um analfabeto, uma bomba

Uma vida esquecida

Na tela da minha sala

Sônia Portugal
Enviado por Sônia Portugal em 11/11/2016
Código do texto: T5819792
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