Um Belo Monte de Ilusões

De repente lá vem o homem

Querendo criar impressões

De que a energia que consome

Deve vir das vazões

Esta atitude tem nome

Montanha de ilusões

É tamanha a coragem

De desviar um rio

Construir uma barragem

Deixar para trás o brio

E dizer que é a engrenagem

Do desenvolvimento do Brasil

Aceita o inchaço e a violência

Da fauna e a flora a destruição

Nativos, sem importância

Sem importância também, todos os cidadãos

Cultura não tem querência

Diante da decisão

Ninguém sabe como vai ser

Onde ficará

Depois deste anoitecer

Até onde vai chegar

A corrida para se ter

A luz que jamais iluminará

Quem esta região viu nascer

EIA RIMA sem consistência

Exemplos de outras barragens

Deveria ser o suficiente

Para livrar-se desta visagem

Mas, homens tão inteligentes

A esta altura da humanidade

Não sei onde encontra coragem

De compactuar com esta maldade

Não tem adiantado oração

Nem esclarecimentos

Nem inundação

Parece mesmo um esquecimento

Dos princípios da criação

Um forte aborrecimento

Ou mesmo uma maldição

Sônia Portugal
Enviado por Sônia Portugal em 17/11/2016
Código do texto: T5825904
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