Viu. Vejo. Verás

Um dia

O homem branco

No Xingu pisou

Viu povos nativos

Homens cativos

Águas vivas e abundantes

Matas fechadas

Exuberantes

Viu bichos diversos

Outro universo

Viu a vida no seu princípio

Hoje, vejo as florestas cedendo

Pastos crescendo

Frondosas árvores tombando

Igarapé singular secando

Vejo uma reprise de tantas destruições

Homens inteligentes corrompidos

De maldições

Acabando com a promissão

Escarrando a natureza

Vejo o paraíso tornando-se

Pobreza

Somente incerteza

Futuramente

Tu verás. No lugar de

Imensas florestas que pareciam não acabar

Sertão povoado de gado

Algumas árvores raquíticas, umas aqui outras acolá

Algumas poças de água

Paisagens comuns

Homens saudosos lembrando o passado

Querendo de volta uma chance

De preservar

O paraíso que um dia pode habitar

Sônia Portugal
Enviado por Sônia Portugal em 17/11/2016
Código do texto: T5825917
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