Viu. Vejo. Verás
Um dia
O homem branco
No Xingu pisou
Viu povos nativos
Homens cativos
Águas vivas e abundantes
Matas fechadas
Exuberantes
Viu bichos diversos
Outro universo
Viu a vida no seu princípio
Hoje, vejo as florestas cedendo
Pastos crescendo
Frondosas árvores tombando
Igarapé singular secando
Vejo uma reprise de tantas destruições
Homens inteligentes corrompidos
De maldições
Acabando com a promissão
Escarrando a natureza
Vejo o paraíso tornando-se
Pobreza
Somente incerteza
Futuramente
Tu verás. No lugar de
Imensas florestas que pareciam não acabar
Sertão povoado de gado
Algumas árvores raquíticas, umas aqui outras acolá
Algumas poças de água
Paisagens comuns
Homens saudosos lembrando o passado
Querendo de volta uma chance
De preservar
O paraíso que um dia pode habitar