Devoradores de pombas


Nas ruas da infância, pomba abatida por estilingue.
Nos primeiros sopapos de medição de forças
entre os guris, entre os irmãos, nos jogos de futebol
quando uma falta dura resultava em violência.
O bullying começa nas escolas a lei do mais forte ,
Lei de Talião, olho por olho dente por dente
desde o mamilo mordido ao esgar à beira da morte.
Comeriam a pomba da paz os monstros psicopatas:
Hitler, Trujillo, Idi Amim Dada, os homens bomba
e torturadores de Abu Ghraib, Mobuto, as plantas
carnívoras servidas num festa orgiástica de arromba?...
Quando ratos famintos entravam pelos ânus de chilenos
aprisionados durante o regime marcial de Pinochet;
quando ditadores brasileiros não faziam por menos
e sumiam com corpos sem deixar qualquer cheiro.
Ou quando Stalin assumia que um homem morto
é um crime, mas milhares uma mera estatística.
Verdade repetida pelo de direita e pelo torto
desde as duas grandes guerras perdidas pelos tedescos.
Não há paz no Oriente Médio sequer uma paz sem pompas,
com pombas de poderio aéreo que cagam muito rápido
a imensa escatologia diarréica que ceifa tantas vidas
para dizermos enfim que, de paz, não entendemos lhufas!
Comeriam a pomba da paz com uma fome monstruosa
os judeus nos campos de concentração de Auchwitz?!
Por que em Gaza a pomba a tal ponto é aleivosa
para árabes lançarem foguetes e contraporem-se a blitz?
Comeriam a pomba da paz com uma fome monstruosa
os meninos de Bangladesh, de uma pobreza kitsch!
Lá não sobrariam nem os borrachos, mas lá também enfim
os desvarios com a pomba seriam por uma causa justa.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 17/07/2018
Código do texto: T6392214
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