Separados venceremos

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Separados venceremos, é claro esse paradoxo,

abrace a solidão agora quem se dizia celibatário?

O vírus está à busca das narinas, feio e roxo,

quase como um ouriço — potentemente vário!

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Oh, não vá além da porta, peça pelo aplicativo

as compras e a comida entregues na portaria,

vá buscá-las mascarado. Faro fino: olho vivo,

o risco está no ar, invisível, ninguém o notaria.

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Não recebas visita; consideres em ti um anacoreta.

Mesmo que ateu ou agnóstico — mas não ouça

nada além da ciência, ao pastor faça bela careta,

faça toda a faxina, respire, lave a própria louça?

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Oh, mesmo sem ter fetiches, faça amor de máscara

de corpo em pelo, se o amor ou caso não habitar

o mesmo teto. A consequência pode ser muito cara.

Se Condoa do vizinho que está nervoso a gritar.

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Enfrente os teus fantasmas. Goze a impotência

que o mundo aliviava. O mundo se tornou irrespirável

além da janela, tudo está escasso e sem frequência.

Há veneno na atmosfera mais que na cascavel.

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Te aceites um maluco! Conversar com as paredes

pode virar um papo reto! Os afoitos estarão mortos.

Mates apenas com água todas as mais tantas sedes.

Separados venceremos totalmente a sós e absortos.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 04/10/2021
Código do texto: T7356664
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