No Silêncio...

No Silêncio escuto mil vozes

Desesperado calo em mil incertezas

Esses últimos anos atrozes

Retiraram do coração todas as belezas

Perdido estou na vastidão do meu ser

Melhor não ser nada do que ser confusão

Ainda haverá coisas belas para ver

Ou apenas uma perigosa ilusão?

No Silêncio uma estranha negação

Onde a Morte é mais importante que a vida

Há o sofrimento de uma nação

Agonizando sobre uma grande ferida

No Silêncio eu procuro uma verdade

Muitos ainda procuram um pedaço de pão

No Silêncio encontramos a maldade

Uma adaga cravada no coração

No Silêncio parece que esse tempo é incurável

O fantasma do descaso assola a Ilha de Vera Cruz

Haverá sentido nessa infinita dor imensurável?

Ou haverá no final do túnel alguma luz?

No Silêncio faltará cognição?

Ou abriremos nossos olhos para novos conhecimentos?

E a todo momento a dor cala a emoção

Sem empatia estamos nesse momento

No Silêncio amplio o vazio interior

Querendo justificar a cegueira desse dia

E assim machuco o que se diz conhecedor

Freando a má fé e sua euforia

No Silêncio que se propaga pelo espaço

Estou em luto por um mandato

Se sobre nós recai esse cansaço

Amanhã as coisas poderão mudar de fato

No Silêncio espero encontrar abrigo

E ressurgir em um novo amanhã presente

Quero poder de novo ser meu amigo

E sentir que minha humanidade não está ausente

Ouvindo Manchester Orchestra - The Silence