O mendigo

Ó verme rastejante!

Tu chafurdas na lamacenta escória

enquanto estendes o olhar suplicante

e a mão que implora.

A sarjeta é a tua morada

a solidão é a tua companheira

o teu viver é uma lamaceira

Que vida desgraçada!

Os destroços de tuas “vitórias”

arrastam-te à morte.

E com cálice de amarguras

Tu brindas a tua sorte.

Visto que te tornou escárnio

para os que são escravos

dum sistema corrompido.

Percebes então, que a tua nulidade

denuncia o autor do teu homicídio.

Eis que tu te encontras

relegados a tua própria sorte,

Ó verme desarvorado!

Tu vives de agruras,

e sobre os ombros:

as grandes dores,

o peso de estranhos amargores,

de sarcasmo e anseios.

Mais uma vez tu estendes a mão

Ò miserável pedinte!

Pedes uma esmola

para dar força à mão que implora.

Para continuar pedindo no dia seguinte.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 25/12/2007
Reeditado em 15/06/2023
Código do texto: T791379
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