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Tudo bem

Mas melhor seria

Não fosse tudo

Em função do capital

E porque assim é

O crime está legalizado

Em todo o mundo

Os rios

São transformados

Em esgotos

E no mar

Tudo desagua

E tudo se despeja

Há rios

Onde os peixes

Já não podem habitar

E os mares são objecto

De assaltos autênticos

Numa caça assassina

A tudo quanto é vivo

Em terra

As florestas desaparecem

E com elas

As espécies

Daí naturais

Amazónia

O maior pulmão do mundo

Nos últimos cem anos

Foi devastada

Em mais de um terço

Assustador

Aterrador

O oxigénio

Começa a escassear

Já há uma cratera

Maior que a América

Na camada de ozono

Que envolve a terra

É caso para dizer

Continuem meus senhores

Às cegas

Só na mira do lucro

O capital o capital

O capital

É que dá felicidade ao homem

Continuem

A espoliar as florestas

Que fiquem apenas

Alguns eucaliptos

Continuem

A espoliar os mares

Continuem

A poluir os rios

Ah

Centrais nucleares

Construam

Muitas centrais nucleares

Crucifiquem

Os defensores da natureza

Já agora

Exterminem os esfomeados

Com bombas napalm

Já ninguém

Falará de fome no mundo

Continuem meus senhores

Continuem meus senhores

Mas cuidado

É cada vez mais perigoso

Brincar com o fogo

E os recursos naturais da Terra

Não são ilimitados

Policarpo Nóbrega
Enviado por Policarpo Nóbrega em 01/02/2008
Reeditado em 22/03/2009
Código do texto: T841968
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