Corvos...

Quando suas negras asas agitam

Sobrevoam os céus que lhes sustentam

Alguns os veem como aves agourentas

Outros as chamam de benditas

E quando um sobrevoa o triste céu

Agitando a noite que lhe abraça

Não é apenas mensageiro da desgraça

Nem tão pouco sempre traz o fel

E sigo seu voo pelo espaço

Torcendo que pouse no meu jardim

Mesmo que veja nisso triste fim

É na dor que alívio meu cansaço

Ali sobre o busto de Minerva pousou

Aquietou-se sem ao menos duvidar

Que o amor a tudo pode curar

Ou eternizar as bênçãos de quem amou

E por séculos e séculos eterniza

Perpetua no imaginário popular

Mais que uma simples ave vulgar

Suplanta aquele que te escraviza

E se trancado em berço de maldição

O Corvo com isso não se contenta

Inspirando a dor que arrebenta

Com força dilacerando um coração

Em suas revoadas fazem o povo refletir

Assustando como ave agourenta

Tira da superstição a dor que não sustenta

E deixa o coração ferido partir

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 30/03/2019
Reeditado em 30/03/2019
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