Desértico
O silêncio dos seus desejados lábios
Ecoa dentro da minha interna desertificação
Seco, vazio por dentro, morto me fiz
Reduzi a um nada o que sobrou de nós
Que após alguns anos, provou
Provou que nada é eterno para sempre
Esse silêncio ríspido me agride profundamente
Você se esgotou em mim e hoje sou passado
Mas seus lábios poderiam gritar
Deveria gritar para que a vida se tornasse vida
Vida de verdade, não aquela vivida de aparências
Seco, sem um nada de tudo que havia
Pensei passado e futuro, esqueci do hoje
Pois é o hoje que tem importância
Tudo acontece dentro do hoje
Mas hoje, estou vazio e seco
Sou um deserto de emoções perdidas
Um cemitério de hojes sacrificados
Sepultados na esperança de um melhor futuro
Mas o passado, a tudo deformou
E nenhuma linha de esperança tenho
Tenho pena apenas das tragédias que provoquei
Da culpa que não me abandona, persiste
Teima em me agredir com seu silêncio
Sendo meu interior seco e vazio
Clamo a Morte que não tenha pena
E com sua força plena, me arrebate
Me tire da falsa vida, da falsa esperança
Pois quem morre por dentro, sabe
Entende que morreu para o exterior
Seu silêncio ecoando dentro de mim
Devasta o que restou de esperança
Deixando em seu lugar um vazio
E a Morte como herança