Dizendo adeus...

No meu silêncio

De olhos fechados

Eu me despeço

Dos que me ignoram

Não haverá pranto

Talvez nem luto

Nunca houve uma desculpa

Não será o fim

Será ausência

Será um mundo sem mim

E esse mundo há de continuar

O esquecimento vem das continuidades

Algumas vezes vem de meias mentiras

Ou quem sabe de meias verdades

Mas é certo que partirei

Não sei bem ao certo como

E nem sei de quem me despedir

E quando meus olhos estiverem fechados

Pouco importa o que há de vir

A Morte é uma doce incógnita

E já na cova não faz sentido sorrir

Sei apenas que meu coração

Meu maltratado músculo cardíaco

Estará limpo de toda emoção

Deixando de ser angelical ou demoníaco

E o meu silêncio

Não será portador de nenhuma mensagem

Será nada mais que uma despedida

Não esperarei nenhuma homenagem

Pois nunca fui ninguém nessa vida

A Morte espero que me acolha

Que me tire desse beco sem saída

Já que minha vida foi uma branca folha

Onde todas as rimas foram perdidas

Serei o eterno esquecimento

Parecerei nunca ter existido

Só espero o eterno banimento

De todos os corações que tenham me esquecido...

Ouvindo Goodbye da banda Slipknot

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 21/03/2020
Reeditado em 23/07/2020
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