Amor Relâmpago



A mudança do horário a fez acordar mais cedo.
Pensou consigo mesmo - mais um domingo como os
demais, nada por fazer.
A praticidade colcou o note no colo para na cama mesmo para ler o noticiário - de uns tempo para cá nada de jornais, só mesmo virtual.
De uns tempos para cá nada de amores, nem virtual.
Súbito decide entrar em uma das chamada salas de chat.
O horror da solidão desfila nas frases que surgem vez ou outra na tela do note book.
Não generaliza, respeita sabe que muita gente super legal passeia por tais salas, em verdade não lhe cabe julgar.
Entrou em uma, duas , várias salas.
Nada de café da manhã, banho, roupas, nada.
Recebe um convite.
Percebe nas primeiras letras alguém dotado de conteúdo, gente na concepção do termo.
Mostra a alma, se mostra, se desnuda no melhor de si. Aos poucos instala-se  a sintonia - de almas.
Não dispunham de fotos.
Mais o conteúdo das letrinhas que se juntavam para formar as palavras chegavam cheio de vida, para  alcançar com suavidade os corações.
Desejos, devaneios, sonhos, corações à mostra, afeto, ternura. Vontade de vida.
Nada de virtual como muitos dizem. Afeto sereno, equilibrado, paz.
Por quanto tempo?
Até a conexão cair e não mais se restabelecer.
As almas são dotadas de uma linguagem própria.
                                                                              (Ana Stoppa)



Imagem: Google.com.br
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 21/02/2011
Reeditado em 21/02/2011
Código do texto: T2804808
Classificação de conteúdo: seguro