Severina Violante

Lá vai Severina Violante

Com uma lata d'água na cabeça...

Faz rastros com o resto de couro

Nos pés que se arrastam...Rebolante...

Cantando para que a chuva abasteça...

O poço, a lata e o bebedouro!

Para saciar dos bois a sede

Que imóveis e desorientados...

Diante de uma única estrada

Ossos expostos são o que rende...

Debaixo do ardor, esturricados...

Pede chuva na reza cantada!

Lá vai Severina Violante

Vestida de trapos encardidos

Sem perder o seu encanto...

Desfila sob o sol escaldante...

Lembrando os sonhos perdidos...

No sertão seu solo santo!

São Paulo, 29 de Outubro de 2008, 18:22

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 29/10/2008
Reeditado em 29/10/2008
Código do texto: T1254969
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