Como bem...

Como bem-dito em tua voz

Em alto e quiçá bom tom

O som que ressalta o batom

O desatino que desata os nós

Porquanto bendito seja o atroz

Tatuado em tua face marrom

No toque que causa o frisson

Tênues lábios apartados na foz

O que não te repele me atrai

Mas você é apenas estática

Dulcíssima mariposa empática

Maleia-se no que me distrai

Porque bendigo a casta, tua sina

Iguaçu das águas retorcidas

Baluarte de intrépidas torcidas

Garras sutis de fêmea ferina

Diapasões entonam teu gracejo

Rouxinol das manhãs de calor

Lírios orvalhados no imerso vapor

Ilíada aventureira no alto lampejo

Como bem a disseste em rara lucidez

Bendito seja meu hábito, morena

Que me enlaça em teus braços de arena

E me escalda de amor sob tua nudez

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 09/11/2018
Código do texto: T6498408
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